terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Nem sempre há só prazer...

Sexo, Paixão, Romance, Amor...podem não andar somente abraçados ao Prazer, Alegria, Aventura, Realização, Delírio...não é mesmo?

Traição, Ódio, Dor, Morte, Decepção por vezes lhes estendem também os braços.

Engraçada a vida.
Outro dia lembrei-me de um poeta.
Talvez fosse um prenúncio...

"Versos Íntimos ( Augusto dos Anjos )

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"

Augusto dos Anjos (1884-1914)
"Cético em relação às possibilidades do amor ('Não sou capaz de amar mulher alguma, nem há mulher talvez capaz de amar-me'), Augusto dos Anjos fez da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Não raro, o amor se converte em ódio, as coisas despertam nojo e tudo é egoísmo e angústia".
ver no site: http://www.releituras.com/aanjos_versos.asp

Para acompanhar,nada melhor que um clássico de Verdi:

"vesti la giubba e la faccia infarina. [...]
veste a fantasia e passa pó no rosto. [...]
Ridi, pagliaccio sul tuo amore infranto"
Ri, palhaço, sobre teu amor destroçado




E assim 'La commedia è finita!'

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Diz pra mim"